🔴 Pânico na Jovem Pan
🕛 De segunda a sexta-feira, do meio-dia às duas da tarde
O histórico do Pânico no Rádio
Em 1993, o empresário e proprietário da emissora Jovem Pan 2 de São Paulo, Antonio Augusto de Amaral Carvalho Filho, conhecido como "Tutinha" no meio artístico e radiofônico, juntamente com o locutor da Jovem Pan, Emílio Surita, criaram o programa Pânico, inspirado nos talk shows do radialista americano Howard Stern. Howard Stern iniciou sua carreira na década de 1970. O universo ao redor de Stern inclui co-apresentadores e personagens excêntricos que interagem com os ouvintes, realizam entrevistas e passam trotes. A anarquia é um pré-requisito básico para todos os integrantes. Um retardado mental e um gago também já fizeram parte do elenco. Stern é conhecido nos Estados Unidos pelo humor escatológico, sexual e racista, mas seus programas alcançam grande audiência em Nova York.
No Brasil, Tutinha e Surita conceberam um produto radiofônico descompromissado, onde predominam o humor ácido, o escracho, a ironia e o sarcasmo nas participações de ouvintes por telefone e celebridades em estúdio. Transmitido de segunda a sexta-feira, das 12h às 14h, o programa tem como âncora Emílio Surita, que está à frente da atração desde sua criação. Além de Emílio, o elenco conta com outros integrantes.
O que diferenciou o Pânico dos demais programas foi a forma como tratam os ouvintes. Até então, em outras emissoras, o público entrava no ar pedindo brindes, fazendo perguntas, etc. Surita e sua equipe destratavam alguns ouvintes. Ao contrário do que se supunha, essa postura não resultou em perda de audiência; pelo contrário, só fez crescer o número de ouvintes do programa. Como menciona o próprio Emílio em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo em 28 de setembro de 2003: "A molecada começou a gostar disso porque falávamos igual aos amigos deles: 'vai te catar', 'não enche o saco'".
Entre 1993 e 2003, o programa introduziu diversos personagens, como Paty Lane, uma típica patricinha paulista que atendia os ouvintes com um ar esnobe, e Bola, entre outros. Em 2002, o programa alcançou a marca de 20 milhões de ouvintes no Brasil. Nesse ano, Tutinha decidiu investir em uma nova forma de transmissão: ao vivo, televisionada via internet. Pela primeira vez, o público poderia assistir a uma transmissão em tempo real de um programa de rádio pela internet.
Essa inovação fez com que os apresentadores precisassem se caracterizar, pois até então, apenas as vozes dos personagens, como Mendigo, Zé Fofinho, Mestre Fyoda e Carlos Caramujo, eram suficientes. Foi necessário criar identidades visuais. O programa passou então a ter duas formas de audiência: dos ouvintes e dos internautas, que passaram a assistir à gravação do Pânico. O sucesso tanto do rádio quanto da transmissão via web levou Tutinha a desenvolver o projeto de levar o Pânico para um alcance maior: a televisão aberta.
É difícil detalhar de maneira criteriosa o histórico do Programa Pânico no rádio devido à escassez de bibliografia e registros sobre o programa, ao contrário de sua versão na TV. Isso talvez indique a menor atenção que a mídia dá a notícias sobre produtos radiofônicos, mesmo os de sucesso.
Grupo Jovem Pan
O Grupo Jovem Pan é um conglomerado de mídia brasileiro originado da Rádio Panamericana, fundada em 1942 e inaugurada em 1944 pelos escritores de radionovela Julio Cosi e Oduvaldo Vianna. Posteriormente, a emissora foi vendida ao empresário Paulo Machado de Carvalho, integrando-se às suas rádios conhecidas como Emissoras Unidas.
A partir da década de 1960, a emissora passou a ser reconhecida como "Jovem Pan" e, na década seguinte, foi gerida pelo filho de Paulo, Antônio Augusto Amaral de Carvalho, que adicionou uma programação jornalística e esportiva. Sua gestão também marcou a mudança da sede para a Avenida Paulista, em São Paulo, onde permanece até hoje.
Até junho de 2017, a Jovem Pan possuía cerca de 100 emissoras próprias e afiliadas em várias partes do Brasil. Sua programação se divide em quatro veículos: a rádio Jovem Pan FM, com foco no público jovem; a rádio Classic Pan, dedicada ao público adulto-contemporâneo; a rádio Jovem Pan News, que transmite programas jornalísticos e esportivos; e o canal de televisão homônimo.