Uma incrível conversa com Marco Moraes, autor do livro Planeta Hostil. Segundo ele, os impactos da crise hídrica, da degradação dos solos férteis e da intensificação química podem ser ainda mais devastadores do que as consequências das mudanças climáticas.

Marco Moraes

Conversamos com Marco Moraes sobre seu recente livro "Planeta Hostil", publicado pela Matrix Editora. Marco é geólogo formado pela Universidade Federal da Bahia e possui Ph.D. pela Universidade de Wyoming, nos Estados Unidos.

Eu decidi escrever o livro para responder a uma pergunta que me intrigava: o que realmente está acontecendo com o nosso planeta? Diariamente, somos bombardeados com notícias sobre degradação ambiental, como mudanças climáticas, destruição de ecossistemas e poluição. No entanto, essas informações muitas vezes são fragmentadas, dificultando a formação de um quadro coerente sobre a situação atual.

Então, analisei diversos problemas ambientais para entender o que é real, o que é possibilidade, o que é alarmismo e o que é urgente. O objetivo foi apresentar uma visão abrangente desses problemas e como eles estão impactando, principalmente, a nós mesmos. Procurei utilizar uma linguagem acessível para pessoas de diferentes perfis.

Minha preparação envolveu uma análise científica buscando fatos e dados abrangentes. Como geólogo, abordei inicialmente a questão do aquecimento global, pois existem dúvidas sobre o papel dos seres humanos nesse processo. Minha pesquisa concluiu que o aquecimento atual é causado pelas ações humanas, especialmente pela emissão de gases de efeito estufa.

À medida que avancei na pesquisa, descobri diversos outros processos igualmente graves, como a destruição de ecossistemas, extinção em massa de espécies, degradação dos oceanos, perda de solos férteis e poluição química e plástica. Percebi que não adiantava focar apenas no aquecimento global.

Um ponto que me chamou a atenção foi a gravidade da crise hídrica, da destruição de solos férteis e da intensificação química. Esses problemas podem ter consequências mais devastadoras do que as mudanças climáticas. Por exemplo, a falta de água pode levar à impossibilidade de sobrevivência das pessoas.

Com relação à alimentação, estamos destruindo os solos férteis em um ritmo alarmante, o que pode ser catastrófico considerando o aumento populacional previsto. Além disso, a intensificação química traz riscos desconhecidos devido à falta de testes adequados.

A conclusão é que a situação é extremamente grave e requer ação imediata. O livro é um alerta e um chamado à ação para que as pessoas compreendam a gravidade dos problemas ambientais e se mobilizem para resolvê-los. Embora seja pessimista a curto prazo, acredito que a humanidade tem capacidade de superar esses desafios no médio e longo prazo.

Espero que o livro não cause desespero, mas sim motive as pessoas a agirem dentro de suas possibilidades para enfrentar esses problemas que afetam a todos nós.