📣 Hélio De La Peña e Ricardo Baronovsky

📌 15 de março de 2024
Hélio De La Peña é membro do grupo humorístico Casseta & Planeta; ator, redator, escritor, roteirista, engenheiro, apresentador e humorista brasileiro.

🎬 Cortes das Entrevistas


HÉLIO DE LA PEÑA, HUMORISTA OLD SCHOOL, VEM DAR AULA DE COMÉDIA PROS VÉIO DO PÂNICO; VEJA NA ÍNTEGRA

Um dos primeiros ícones para muitos humoristas do país, Hélio de La Peña, marca presença nas plataformas do Pânico para dar uma verdadeira aula de comédia aos idosos de meia idade que se consideram engraçados. Não perca a entrevista completa!

DIRIGINDO MEU CARRO, BI BI! ALEX RUFFO FALA DAS MÁQUINAS MAIS POTENTES DO MERCADO

Alex Ruffo, conhecido por encantar por onde passa, participa do Pânico para discutir o mais recente lançamento da BYD no Brasil. Alexandre Baldy, representante da montadora, compartilha insights sobre como os carros elétricos estão se integrando ao cotidiano dos brasileiros.

HÉLIO DE LA PEÑA FALA SOBRE CARREIRA E REVELA SUAS REFERÊNCIAS NO HUMOR

O ícone do humor nacional, Hélio de La Peña, compartilha sua experiência sobre a transição da televisão para os shows de stand-up. Ele também menciona quais humoristas têm o talento para fazê-lo rir!

O HUMOR DEVE SE ADAPTAR A SOCIEDADE OU AS PESSOAS DEVEM ACEITAR A COMÉDIA? HÉLIO DE LA PEÑA COMENTA

O ícone do humor nacional, Hélio de La Peña, compartilha sua perspectiva sobre a transição da televisão para os shows de stand-up. Além disso, ele comenta sobre os humoristas que conseguem arrancar risadas dele!

O HUMOR MUDOU? HÉLIO DE LA PEÑA FALA SOBRE OS RUMOS DA COMÉDIA COM AS REDES SOCIAIS

Conhecido por seus personagens icônicos no programa "Casseta e Planeta" da Rede Globo, o humorista Hélio de La Peña discute a evolução da sociedade e sua percepção do que é humorístico e do que não é.

SEXTOU COM S DE 'SEDUSSÃUM'! GILBERTINHO BARROS E KARNOLA DÃO PLAY NO FDS

No clima de sexta-feira por aqui, com imitações que parecem convincentes à primeira vista, mas se olhar com atenção, lembram as "quentinhas" do Reuber. Gilbertinho Barros e Leandrinho Karnal estão animados para começar o final de semana, aproveitando o sol na laje e batendo a Gilette na parede do box.

RESENHA ZU E ZUZU: SENADO DA ARGENTINA DERROTA MILEI EM VOTAÇÃO CONTRA MEGA DECRETO

E começa agora a última edição da Resenha Zu e Zuzu desta semana, com um compilado de notícias tão irrelevantes quanto as fofocas da Sônia Abrão. Faustão passou por um procedimento de embolização esta semana para tratar questões linfáticas decorrentes de um transplante renal. No quadro 'TÓ sua TV', um entregador arremessou uma televisão por cima do portão, danificando o aparelho. No Senado da Argentina, Milei foi derrotado em uma votação sobre um mega decreto liberal. Na Rússia, os russos foram às urnas para reeleger Putin até 2036. Macron intensifica o embate com Putin ao sugerir o envio de tropas à Ucrânia. Tudo isso e mais um pouco nessa mistura de entretenimento e jornalismo de baixo custo.

VOCÊ CONHECE SEUS DIREITOS? RICARDO BARONOVSKY FALA SOBRE MÊS DO CONSUMIDOR

"Sabe quais são os seus direitos? No programa mais querido entre as tias de meia idade, estamos discutindo o mês do consumidor com o advogado Ricardo Baronovsky, que aborda questões de direitos e deveres em transações comerciais e de serviços: 'Se houvesse mais boa-fé, a relação seria mais equilibrada'."

FINALMENTE SAMY DANA COM NOTÍCIAS BOAS: PREÇO DO ARROZ DEVE CAIR 20%

Olá, pessoal apaixonado pelo amor! Vamos para mais um boletim econômico? Samy Dana traz notícias sobre uma rede de supermercados que decidiu encerrar suas operações no Brasil. Os brasileiros gastaram incríveis R$ 6,4 bilhões em compras no exterior. Além disso, espera-se que o preço do arroz caia 20% nas próximas semanas.

PAGANDO BEM, QUE MAL TEM? FUFA QUER SABER DO POVÃO SE VALE TUDO POR UMA GRANINHA EXTRA $$$

Nosso adorado herói de Taipas, e do Brasil, saiu às ruas para verificar os preços dos ovos de Páscoa. Ele também está interessado em saber se, no Dia do Consumidor, as pessoas acham válido fazer o que for preciso para ganhar um dinheiro extra.

Hélio De La Peña

Helio Antonio do Couto Filho nasceu na Vila da Penha, no subúrbio do Rio de Janeiro, mas ganhou fama como Helio de La Peña. Ele explicou que escolheu esse nome para honrar sua origem na Vila da Penha e também para fazer uma brincadeira com o nome "de La Peña", com um til, porque apesar de ser da Vila da Penha, naquela época, seu sonho era morar na Praça Saens Peña. Durante seus estudos de Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele fundou o jornalzinho 'Casseta Popular', que mais tarde evoluiu para o grupo Casseta & Planeta. Helio ingressou na faculdade em 1978, onde também estavam Beto Silva e Marcelo Madureira na mesma turma. No primeiro ano, eles estavam envolvidos com política estudantil e decidiram criar o jornalzinho como uma forma divertida de abordar questões como melhores condições de ensino e a presença de mais mulheres na engenharia, que era um desafio na época.

Helio é filho de um escriturário e de uma professora primária. Ele relembra que a primeira edição do jornal tinha apenas quatro páginas e foram impressas 50 cópias usando o mimeógrafo à álcool de sua mãe. "Vimos que teve uma boa recepção e continuamos produzindo mais cópias. Na próxima edição, procuramos a gráfica do Centro Acadêmico da Engenharia e começamos a distribuir para outros campi da UFRJ."

Em 1980, eles convidaram Bussunda e Claudio Manoel para se juntarem ao grupo e começaram a produzir um jornalzinho com um escopo mais amplo, abordando questões de comportamento e política. Nesse período, também expandiram as vendas para incluir praias e bares. "Quando havia festivais ou encontros de estudantes, íamos lá tentar vender nossos exemplares, não é verdade?"

Em 1984, após Hubert, Reinaldo e Cláudio Paiva deixarem o 'Pasquim' e lançarem o jornal 'Planeta Diário' pela Editora Núcleo-3, o grupo começou a colaborar com essa publicação. Dois anos depois, em 1986, Helio, Beto Silva, Marcelo Madureira, Bussunda e Claudio Manoel propuseram à mesma editora a criação de uma revista de humor. "Claudio Manoel e Bussunda passavam o dia na redação, focados na revista. Enquanto isso, eu, Beto e Marcelo trabalhávamos como engenheiros em diferentes empresas. Contribuíamos na elaboração da pauta e na escrita, mas não tínhamos a oportunidade de passar o dia todo lá. Sentíamos uma certa inveja deles, adoraríamos estar mais envolvidos naquele ambiente."

Nesse período, surgiu a ideia de também realizar shows. "Nos apresentávamos em bares e pequenos locais, tocando músicas de comerciais, jingles antigos, temas de desenhos animados, sempre as versões originais que tínhamos em nossa memória. Não fazíamos paródias, apenas reproduzíamos as músicas como eram. Esse resgate musical foi bem recebido pelo público."

Ao mesmo tempo, Helio estava concluindo sua graduação em engenharia e começou a trabalhar na área. Em 1988, ele e os demais membros do grupo foram contratados pela TV Globo como redatores da 'TV Pirata', por convite de Cláudio Paiva, que ingressara na emissora como redator.

"A 'TV Pirata' teve um impacto significativo na época, pois foi o primeiro programa de humor sem uma claque, que indicava onde as pessoas deveriam rir. Nós confiávamos no timing das piadas. Além disso, os quadros eram longos. Acredito que o sucesso do programa se deve à sua diferenciação, inovação e à introdução de uma linguagem nova. Era único, não apenas na emissora, mas em todos os canais."

Entre os quadros escritos pelos 'cassetas', Helio destaca 'TV Macho', com Guilherme Karan, e 'As Presidiárias', que lançou Claudia Raia no papel de Tonhão. Ele também lembra da repórter interpretada por Debora Bloch, que era uma sátira das reportagens de rua e que aproveitaram bastante.

Com o fim da 'TV Pirata' em 1990, o grupo propôs um programa mais jornalístico, menos baseado em esquetes e mais centrado nas notícias, onde o tema principal era a estrela da história, não a interpretação. "Como não éramos atores experientes, fazer um repórter colocava o texto na frente da interpretação."

O primeiro programa feito exclusivamente pelo grupo foi o 'Doris Para Maiores', em 1991.

O programa teve apenas um ano de duração, até a estreia do 'Casseta & Planeta, Urgente!' em 1992, com a jornalista Kátia Maranhão como apresentadora. "Foi o mesmo ano do impeachment do Collor, o que nos impulsionou bastante. Nossa especialidade era fazer piadas com as notícias, e naquela época tínhamos acontecimentos muito impactantes para satirizar."

De 1992 a 1998, o programa era mensal, passando a ser semanal em 1998. Para administrar isso, eles realizavam reuniões conjuntas e depois se dividiam em duplas ou trios para escrever os quadros. "As gravações eram divertidas, uma verdadeira festa. O verdadeiro trabalho estava na criação e redação do programa. Quem decidia as tarefas era nosso diretor. Achamos que essa abordagem foi mais saudável para o grupo, evitando conflitos internos. Acredito que nossa longevidade no 'Casseta & Planeta, Urgente!' se deve muito à nossa relação com o Zé Lavigne."

Helio considerava as paródias como um ponto alto do programa. Entre elas, destacou a Chicória Maria, em referência à jornalista Glória Maria, o Mister PM em relação ao mágico Mister M, o Michael Jackson todo pintado de branco, e o Chocolate Cumprimenta, uma paródia da novela 'Chocolate com Pimenta', onde ele interpretava um chocolate que cumprimentava as pessoas.

"Um dos momentos marcantes para mim foi durante a paródia de 'Paraíso Tropical', onde eu interpretava a Mamila Peitanga, uma versão satírica da personagem de Camila Pitanga. Foi muito divertido, pois Camila interpretava uma prostituta apaixonada por Wagner Moura na novela. Uma vez, durante uma gravação na Avenida Atlântica, vestido como uma garota de programa, fui abordado por turistas que me perguntavam quanto eu cobrava pelo serviço. Mas na realidade, meu 'programa' era apenas o 'Casseta & Planeta'."

As coberturas da Copa do Mundo foram um dos momentos mais marcantes nos 20 anos em que o programa esteve no ar. Helio recorda especialmente a de 2002, quando todos permaneceram no Rio de Janeiro e não acompanharam os eventos ao vivo. Na final, o jogo terminou cedo devido ao fuso horário e eles foram para a orla de Ipanema-Leblon para gravar em um caminhão do Corpo de Bombeiros. Helio estava caracterizado como Ronaldinho Gaúcho, Bussunda como Fenômeno, Reinaldo como Zagallo e Beto como Felipão. "Quando saímos para gravar com o carro e nos caracterizamos como jogadores de futebol, nos tornamos a seleção que acabara de vencer, permitindo que as pessoas celebrassem com seus ídolos. Foi uma sensação incrível de ser um craque que conquistou a Copa."

O Mundial seguinte, em 2006, foi marcado pela tristeza da perda de Bussunda. “Foi devastador em termos pessoais porque, mais do que o profissional, Bussunda era um grande amigo de todos nós. Éramos sete, número ímpar, então nunca tínhamos empates em votações; toda essa harmonia se quebrou. Foi como se um cristal se quebrasse ali. Ele representava muito bem o estilo irreverente do Casseta”.

Para o humorista, a importância do 'Casseta & Planeta, Urgente!' está em seu formato. “Acredito que a mistura de humor com realidade, atualidades, jornalismo e notícias foi uma contribuição nossa. Além disso, brincar com personagens de novelas e levar adiante a cultura novelística brasileira em um programa de humor foi algo muito interessante”, afirma Helio, que durante esse período também se aventurou no cinema com 'A Taça do Mundo é Nossa' (2003) e 'Seus Problemas Acabaram' (2006).

Além dos dois filmes, a primeira década de 2000 também marcou a estreia de Helio de La Peña na literatura. Ele escreveu três livros: 'O Livro do Papai' (2003), 'Vai na bola, Glanderson!' (2006) e 'Meu Pequeno Botafoguense' (2010). O sucesso do primeiro foi tão grande que ele o adaptou para a televisão, criando uma série de quatro episódios para o GNT chamada 'Paidecendo no Paraíso' (2007). Depois, ele produziu alguns quadros para o Fantástico chamados 'É Pai, É Pedra', com Bruno Mazzeo atuando como pai, Gabriela Duarte como mãe, e Sergio Loroza como ginecologista.

“Esses foram projetos individuais que não tinham relação com o grupo. 'O Livro do Papai' foi escrito quando eu estava esperando meu segundo filho. Enquanto a Ana Quintela, minha atual esposa, estava grávida do nosso primeiro filho, João, eu estava tranquilo por já ter passado por isso com o Joaquim. Isso me permitiu ver a situação de forma humorística e criar uma caricatura da paternidade. 'Vai na Bola, Glanderson!' é uma comédia que aborda o sonho de um brasileiro em se tornar um empresário de jogadores de futebol. Agora estou em processo de adaptação para o cinema. E em 'Meu Pequeno Botafoguense', compartilho a história do Botafogo, minha grande paixão”.

Após as duas décadas de sucesso do 'Casseta & Planeta', Helio destaca que a maior mudança ao longo desses 20 anos foi o contexto. “O Brasil mudou. Quando começamos, havia poucas emissoras, poucos programas de humor e uma dinâmica de comunicação diferente. A televisão era muito mais unilateral”, observa Helio, que também estreou em outro filme brasileiro em 2014, 'Muita Calma Nessa Hora 2'.